A importância do método de Bazin para decidir o melhor investimento

O método de Bazin prioriza investimentos seguros, focando em empresas que pagam dividendos regularmente, garantindo estabilidade e proteção contra a inflação.

ECONOMIA

Fábio Malagueta

4/22/20252 min read

Décio Bazin, brasileiro e autor do livro Faça Fortuna com Ações (publicado em 1992), retratou o funcionamento da bolsa de valores nas décadas de 1970 e 1980 — um mercado completamente diferente dos dias atuais. Sua obra é uma leitura interessante para quem deseja se aprofundar no segmento e busca melhor rentabilidade ao poupar.

Em 1971, Bazin iniciou sua trajetória na bolsa de valores e, em pouco tempo, enfrentou uma queda inesperada, que lhe causou grandes prejuízos. Sem se dar por derrotado, algum tempo depois, ele retornou ao mercado com uma nova estratégia que precisava ser validada. Ele reuniu um grupo de investidores e, seguindo um método semelhante ao de Gordon (que avalia as ações pelos rendimentos futuros), Bazin criou um modelo baseado nos rendimentos passados dessas ações. De forma conservadora, seu método tornava mais simples o estudo do comportamento dos papéis.

Na fórmula antiga, trabalhava-se com números reais da seguinte forma: somavam-se os rendimentos de uma ação nos últimos 12 meses, multiplicava-se por 100 e, em seguida, dividia-se por 6, chegando ao valor justo da ação. Esse é o famoso método Bazin, amplamente discutido no mercado de ações.

Se esse era o primeiro filtro na análise, outro fator relevante era a recorrência do pagamento dos dividendos. Em seguida, ele examinava o nível de endividamento das empresas, realizando essa avaliação de forma semestral antes de adicionar uma ação à sua carteira de investimentos.

Tudo se baseava nos dividendos — tanto em seu valor em relação à ação quanto em sua recorrência — para decidir se compraria mais, venderia ou buscaria uma opção melhor para sua carteira. Esse método se mostrou bastante eficaz e foi adotado por Bazin até o fim de sua vida.

De forma mais didática, Bazin compreendia que o total de dividendos obtidos ao longo de 12 meses por cada ação deveria ser igual ao valor de mais uma ação. Dessa forma, o investimento receberia uma valorização de 6% ao ano, protegendo-o contra a inflação da época e garantindo a constante evolução do patrimônio.